domingo, 25 de julho de 2010

Do carnaval a fidelidade

Pássaros cantando... Acabou de amanhecer um dia em que não dormi, mas não tem nada a ver com estar depressivo e pensativo, não dormi para me manter no horário certo. Agora só durmo hoje a noite bem cedo. Mas não vim falar da minha vida, nem de meus horários, isso é apenas uma introdução convidativa para ler a minha prosa, ou crônica poética (chame do que quiser) que vai vir a seguir.

Tentei acordar uma vez ao seu lado, mas não foi falha minha, tentei chegar a um objetivo, mas acabei por conservar os nós. Sorri por um momento, parei de sorrir. Sorri por outro momento, não consegui. Não tem nada a ver com tristeza e sim com lembranças. Disseram-me que águas passadas não movem moinhos, me disseram que era vento, não me disseram nada das lembranças, se elas movem moinhos ou não. Agora sei. Elas movem. Um mestre me disse uma vez, num consolo de carnaval, que aquele beijo, aquele corpo não seria mais encontrado, foi só um acerto repentino entre nós dois. O mesmo mestre também disse que o tempo que durar, se durou, foi infinito. Mestre, aquele beijo de carnaval repentino, durando o tempo que durou, se encontrando o tempo que encontrou, foi infinito.
A conclusão disso afinal é que uma vez ocorrido na vida, vira lembrança e virando lembrança torna-se infinito, pois durou um tempo e o tempo que durou vai se arrastar no tempo que está durando.
Águas passadas não movem moinho. Ventos passados não movem moinhos. Lembranças passadas são infinitas.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Serenata

Tirei do saco a viola
viola pra eu cantar
tira da minha viola
um espaço no seu lar

Tirei da viola uma nota
nota vida passageira
que se tira dessa nota
pouca vida, uma besteira

Tirei da nota uma música
pela música e pelo canto
que tirando pela música
tira também o espanto

E da música dancei
e dela nada tirei
não parei de dançar
até a vida se acabar

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nada! Faz sentido...

Cara, sei que pode achar estranho eu estar aqui falando coisas que nem eu sei se fazem sentido, mas vou falar, não sei se você acha a mesma coisa. É que eu estava pensando na vida, como tudo muda, como tudo é estranho. Não esperava estar aqui, não sabia que nada do que está acontecendo iria acontecer... Pensava que nunca ficaria com ela, pensava que nunca o meu nunca aconteceria, não sabia, não adivinharia, talvez não quisesse saber, ou talvez lá no fundo sabia... Mudei muito, meu jeito, minhas relações, mudei, ruim? bom? normal seria a palavra certa, aconteceu, é talvez seja até bom... algumas coisas realmente são.
Vejo você no passado, não acerto o futuro, mas queria acertar. Não, talvez a surpresa seja boa, como é bom saber que mudou... não acha?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Despedida antes da chegada

Cai na piscina... Alguém me jogou, me sentia feliz!
Sorri, em seguida, com uma máscara de mergulho você passou.
Olhava tudo de baixo d'água, você passando, olhando para mim,
seu sorriso abriu. Continuou a nadar e eu olhava para o céu.
As nuvens iam tapando o sol forte. Faltou-me o ar.
Subi para a superfície, senti a chuva forte se impor sobre o calor do verão.
O inverno havia chegado. Tudo deixou de existir.
Estava sem fôlego. Olhei para todos os lados.
Não havia ninguém, nadei para a borda.
Quanto mais eu nadava mais longe ficava.
Não conseguia sair dali. Cansei-me de nadar.
Cansei de sair da piscina. Fiquei ali. Parado.
Morri afogado, solitário, no meio do mar.
Tentando chegar em outro continente.
Tentando voltar a ver aquele sorriso.
 
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