Pássaros cantando... Acabou de amanhecer um dia em que não dormi, mas não tem nada a ver com estar depressivo e pensativo, não dormi para me manter no horário certo. Agora só durmo hoje a noite bem cedo. Mas não vim falar da minha vida, nem de meus horários, isso é apenas uma introdução convidativa para ler a minha prosa, ou crônica poética (chame do que quiser) que vai vir a seguir.
Tentei acordar uma vez ao seu lado, mas não foi falha minha, tentei chegar a um objetivo, mas acabei por conservar os nós. Sorri por um momento, parei de sorrir. Sorri por outro momento, não consegui. Não tem nada a ver com tristeza e sim com lembranças. Disseram-me que águas passadas não movem moinhos, me disseram que era vento, não me disseram nada das lembranças, se elas movem moinhos ou não. Agora sei. Elas movem. Um mestre me disse uma vez, num consolo de carnaval, que aquele beijo, aquele corpo não seria mais encontrado, foi só um acerto repentino entre nós dois. O mesmo mestre também disse que o tempo que durar, se durou, foi infinito. Mestre, aquele beijo de carnaval repentino, durando o tempo que durou, se encontrando o tempo que encontrou, foi infinito.
A conclusão disso afinal é que uma vez ocorrido na vida, vira lembrança e virando lembrança torna-se infinito, pois durou um tempo e o tempo que durou vai se arrastar no tempo que está durando.
Águas passadas não movem moinho. Ventos passados não movem moinhos. Lembranças passadas são infinitas.
Nas salas da vida
Há 6 anos