sábado, 28 de fevereiro de 2009

Idealizando um sonho (Parte 1)

Na maioria das vezes que Jorge abria seu sorriso sincero o mundo se transformava, parecia que tudo ficava mais bonito, mais brilhante. Era, sim, uma pessoa encantadora, mas nesse encanto todo só tinha um pequeno problema: Jorge era paraplégico. Não que isso fosse um problema para ele, mas o fim de um sonho, um sonho que a vida toda depois daquele acidente de carro ele tentou buscar.
Jorge era apaixonado por Surfe, mas depois do acidente ainda quando era jovem não pôde mais surfar, agora com setenta anos de idade a única coisa que o incomodava era o fato de não poder mais realizar esse sonho.
--- Sinto muito, mas infelizmente é irreversível o seu estado. --- O médico tentou ser a pessoa menos grosseira do mundo.
Jorge apagou seu singelo sorriso e, com a ajuda das duas mãos, movimentou a cadeira de rodas para trás, se esquivou do médico e saiu do consultório. "Como poderia ser irreversível?" Pensou.
Voltava para casa, movimentando ele mesmo a cadeira de rodas, quando um senhor alto de olhos castanhos escuros e com terno cinza de gravata borboleta o parou.
--- O senhor poderia me dar uma informação?
--- Claro! --- Voltou a abrir seu sorriso --- Pode falar.
--- Bom senhor, eu gostaria de saber se o sonhar deseja concertar isso tudo. --- O homem falava sério e se mostrava convincente.
--- Como assim? --- A dúvida começou a persegui-lo.
--- O senhor gostaria de fazer uma viagem? --- Um sorriso bobo apareceu na face desse homem.
--- Eu não estou entendendo, é um assalto? --- Espantou-se.
--- Não senhor, claro que não. --- Soltou um pequeno riso --- Gostaria de voltar no tempo?
Jorge riu.
--- Claro, só se for agora! --- Ironizou.
--- Muito obrigado pela informação.
Enquanto o homem saia andando, tomando de volta seu rumo, Jorge balançava e cabeça e ria em tom irónico. "Só maluco!"
Enquanto atravessava o sinal para chegar enfim a sua residência, um carro vinha em alta velocidade ao longe, ele chegou perto tão rapidamente que não deu tempo de Jorge notar a presença dele ali. Jorge foi atropelado, jogado de sua cadeira de rodas as longe. Desmaiou.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Deveras.... Surprendente

Ai ai, como a vida é suficientemente difícil até em seus mínimos prazeres, como aproveitar um produto que lhe foi comprado para lhe trazer um mínimo de diversão.
Deveras difícil imaginar que para colocar jogos em meu Ipod me trariam tantos problemas... Difícil imaginar que minha simples insignificância não resolveria tais problemas.
Desisti, como sempre faço. Nunca fui de me gabar, nunca fui metido, não sou e provavelmente não vou ser.

Todo dia eu faço escolhas e na maioria das vezes eu erro, queria não errar, queria fazer a coisa certa, mas infelizmente eu não acerto. Simples escolhas que ocorrem no dia-a-dia me fazem sair do meu controle emocional, simplesmente saio e lá se vai o que restou da espécie mais rara do meu ser, o meu emocional, a escolta que protegia minha solidão e a guardava só em minha mente vazia e desproporcionada. Sinto não poder me mover mais, porque o abalo que esses escolham causam são tão grandes que ao dar um passo, sinto a diferença.

Vivo em constante pesadelo, tentando transforma-lo em sonho todos os dias se possível, mas não é possível. Quando eu acordo, o abalo que sentia no dia anterior desaparece, junto com o sorriso que me foi imposto antes.

Se puder não quero causar distúrbios em minha missão de mudança. E com o fervor eu digo mais uma vez (e dessa vez é sério): Prometo ser uma pessoa melhor.

Existo, logo penso

Apresentação:
O direito de existir é um dever de todos. Repare que direitos e deveres são coisas diferentes, mas precisamos existir, pelo menos ás vezes. A criação desse blog é para fazer existir aquela pessoa que sou e que qualquer um pode ser.

Se existo, eu penso; Se penso, eu concluo; Se concluo, idealizo; Se idealizo, eu preciso me colocar; Se me coloco, eu existo.

Brilhante conclusão...
 
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