O Doutor me falou:
"Você está muito triste senhor"
O Doutor me avisou:
"Vire seu mundo para inibir essa dor"
O Doutor me falou
que quando escrevo
o mundo em mim
fica no breu
Não quero falar de amor
Não quero falar dela
Não quero falar de amor
Não vou mais falar dele
Cheguei a casa
Ouvi minha mãe chorando
Mãe, não fique triste, pensando comigo
Vou cantar uma canção pra ela
Aproveite o agora, aproveite seu filho,
Aproveite sua família,
quer ir jantar comigo?
Aproveite seu espaço
Sorria e me dê um abraço!
Porque essa noite você vai jantar comigo.
Mãe não fique triste, esqueça o que te aflige
Vou cantar até você melhorar.
Não gosta de cenoura? Não gosta de pimenta?
Tudo bem, eu preparo o jantar!
Mãe vou te levar ao Doutor,
uma lição ele me ensinou
e essa mesma eu vou te cantar!
Mãe isso não é tristeza,
é que está na hora de jantar!
Vamos comer juntos,
ali naquela esquina,
tem um restaurante!
Uma maravilha!
Mãe, estou com fome,
isso não é novidade,
para de chorar
eu quero é jantar!
Agora mãe, vou te explicar,
estou aqui com você
e sempre vou estar,
mas uma coisa te explico,
não é difícil entender,
se você jantar comigo,
eu vou te distrair,
e todos na mesa,
todos nós, vamos morrer de rir.
Então pare de chorar!
Sweet berries ready for two
Ghosts are no different than you
Ghosts are now waiting for you
Are you?
Sweet berries ready for two
Ghosts are no different than you
Ghosts are now waiting for you
Are you dreaming?
Dreaming the night?
Dreaming all right?
Do we, do we know
When we fly?
When we, when we go
Do we die?
Sweet berries ready for two
Ghosts are no different than you
Ghosts are now waiting for you
Are you?
Sweet berries ready for two
Ghosts are no different than you
Ghosts are now waiting for you
Are you dreaming?
Dreaming the night?
Dreaming all right?
Do we, do we know
When we fly?
When we, when we go
Do we die?
(Without being alive?)
Yeah
Do we, do we know
When we fly?
When we, when we go
Do we die?
Yeah
TRADUÇÃO:
Pergunta
Doces frutos pronto para dois
Fantasmas não são diferentes de você.
Fantasmas estão esperando agora por todos vocês
Você está?
Doces frutos pronto para dois
Fantasmas não são diferentes de você.
Fantasmas estão esperando agora por todos vocês
Você esta sonhando?
Sonhando a noite?
Sonhando tudo bem?
Nós,nós sabemos
quando voamos?
Quando nós, quando nós vamos
Nós morremos?
Doces frutos pronto para dois
Fantasmas não são diferentes de você.
Fantasmas estão esperando agora por todos vocês
Você está?
Doces frutos pronto para dois
Fantasmas não são diferentes de você.
Fantasmas estão esperando agora por todos vocês
Você esta sonhando?
Sonhando a noite?
Sonhando tudo bem?
Nós, nós sabemos
quando voamos?
Quando nós, quando nós vamos
Nós morremos?
(Sem estarmos vivos?)
Yeah
Nós, nós sabemos
quando voamos?
Quando nós, quando nós vamos
Nós morremos?
Yeah
Sobre a banda:
System of a Down (também conhecida como SOAD ou System), foi uma banda de Rock Alternativo formada em Los Angeles, California, Estados Unidos, em 1993.
A banda era formada por Serj Tankian (vocal, teclado), Daron Malakian (guitarra, vocal), John Dolmayan (bateria) e Shavo Odadjian (baixo).
As letras são motivadas politicamente, o que é mais evidente nos álbuns Hypnotize e Mezmerize. SOAD era parte do Axis of Justice, uma organização sem fins lucrativos formada por Serj Tankian e Tom Morello, guitarrista das bandas Audioslave e Rage Against the Machine. A proposta é juntar músicos, fãs e pequenas organizações políticas para lutar pela justiça social. A banda lançou cinco álbuns de estúdio, onze singles e dez videoclipes.
A banda foi uma das que lideraram o Ozzfest 2006, fazendo dezenas de shows entre os meses de Junho-Agosto. Anunciaram durante esse período que entrariam em hiato sem tempo determinado, para que cada membro pudesse cuidar de seus projetos pessoais. A última atuação da banda foi em 13 de agosto de 2006 em West Palm Beach, na Flórida. No final do show, todos os quatro membros se abraçaram e se curvaram aos fãs como forma de agradecimento. “Hoje será o último concerto depois de tantos anos juntos. Voltaremos em breve. Só não sabemos quando” - palavras de Malakian.
Em 2007, o vocalista da banda Serj Tankian, lançou um álbum solo nomeado Elect the Dead, e o guitarrista Daron Malakian junto ao baterista John Dolmayan lançou um álbum com sua outra banda, o Scars on Broadway, enquanto o baixista Shavo Odadjian, criou o grupo de rap achozen, juntamente com o rapper RZA, membro do Wu-Tang Clan, já o baterista, John Dolmayan por sua vez criou uma loja virtual chamada Torpedo Comics, que vende uma das maiores paixões de John que são as revistas em quadrinhos que vem colecionando desde os 12 anos.
Discografia:
System of a Down (1998)
Toxicity (2001)
Steal This Album! (2002)
Mezmerize (2005)
Hypnotize (2005)
(Fonte: Last.fm)
Eles chegaram ao colégio, o neto e seu avô juntos, passeando sem a ajuda de seus pais, exatamente como faziam antigamente, na cidade, no dia das crianças. Porém no colégio eles estavam, eles queriam estar. O neto acompanhou o avô, que com certa idade tinha dificuldades para andar, levou-o até a quadra onde de lá veria seu neto jogar.
- Estou torcendo por você - a idade não o deixava gritar muito alto, mas seu neto ouviu, sentiu.
- Obrigado! Vou ganhar pra você!
Não tinha habilidades para ganhar, não era o principal, mas estava ali, tinha aquilo ali naquela hora.
- Aquele ali é meu avô - os companheiros de time precisavam saber, aquela vergonha não existia, e isso enriqueceu a alma de seu avô, e começou a sorrir mais ainda.
O jogo começou e sua garra estava fazendo o time avançar, ocupava o jogo e a quadra totalmente e seu avô torcia. A bola então foi deixada sem querer no meio da quadra, e entre dois jogadores lá foi seu neto, escorregou a bola pra frente.
- Mostra pra eles! Você pode, pode sim! - a voz de seu avô tinha se normalizado.
O goleiro que vinha em sua direção recuou o corpo pra trás, e o chute foi decisivo.
Procurou sua namorada, deu um beijo nela, procurou seus companheiros de time e os agradeceu.
Olhou para cima.
- Pra você....
Um menino, um menino normal, andava saltitando pelo corredor. Uma menina, uma menina bonita, parava de saltitar.
- Aonde você aprendeu isso? - Perguntara a menininha linda.
Ficou quieto, o frio chegou a sua barriga. "Deu um branco no meu estômago, ela falou comigo!". Nenhuma palavra foi pronunciada.
- Vamos brincar que estamos num trem!?- Ela deu a ideia.
- Que tal continuarmos a andar assim, juntos?
Ela respondeu que sim com gestos e enquanto andavam, pulavam, saltitando, como qualquer criança faz. Desceram uma rampa, encontraram a saída e seguiram em frente. Quando o menino, menino bonito, olhou para trás, a menina, menina normal, havia sumido.
O menino já um pouco crescido encontrou outra menina, menina essa que pegou seu coração.
- Mas... de quem mesmo você gosta? - Ela perguntara.
- Já falei, de você.
- Impossível, é brincadeira!
Com seu coração na mão, rejeitou-o e o jogou no chão. Ele tentou ignorar, fez os anos passarem, até encontrar, outra menina, menina essa desenvolvida, mas a atração era puro visual, nem mesmo a conhecia. Depois que dançou com ela num baile, simulou um tiro no coração, mas quem o ajudou foi outra menina, por quem se apaixonou.
- Você mentiu pra mim! - Ela retrucou.
- Não menti, só tive medo.
- Acho melhor esquecermos isso.
O menino, menino chateado, menino normal, esqueceu essa menina. Depois de esquecê-la, jurou junto a Deus não amar mais ninguém, para não se machucar mais.
Mais veio uma menina, menina triste, que se apegou ao menino e o menino no apego esqueceu-se de seguir o texto, e a menina se foi, porém voltou, descobrindo os dois que o sentimento não acabou.
- Não sei mais de nada. - Disse ela.
- E o que eu posso fazer?
- Me dê um abraço!
Menino que um dia foi criança, foi menino e que agora encara seu próprio adulto. Menino de várias faces, de várias dúvidas, de vários aprendizados e ideologias, menino que se espelha em busca do real, menino que acredita na mentira alheia, mas depois aprende de forma normal. Menino que sabia como cantar, mas não sabia assobiar, menino que tinha medo de ser, quando descobriu que era. Menino que acha que o amor é como um computador. Menino pra sempre, meu caro menino, você vai encarar nessa vida um outro menino achando que não é menino. Sua simplicidade menino é sempre saber que para sempre será menino.
E ele, menino encontrado, voltou a saltitar sem a conclusão do termo amar.
Diante do mar eu não vejo nada. Me falaram que essa fase era normal... Não ver nada no mar e quando ver, fingir que não viu. Mas eu realmente não enxergo o mar, parece que lá na frente não há um continente, sim uma cachoeira, uma cachoeira que se perde no infinito, como os antigos acreditavam antes de explorar o mar, tinham medo. É basicamente a história da vida de qualquer ser humano: O medo de explorar o mar, mas quando explorado descobrir riquezas. Mas não vejo nada no mar.
Tem vezes que eu acho que não vou conseguir atravessa-lo, tem vezes que sinto que nunca irei chegar lá, vou permanecer aqui para sempre....
"Medo de crescer pai? acho que não, acho que não..."
Pássaros cantando... Acabou de amanhecer um dia em que não dormi, mas não tem nada a ver com estar depressivo e pensativo, não dormi para me manter no horário certo. Agora só durmo hoje a noite bem cedo. Mas não vim falar da minha vida, nem de meus horários, isso é apenas uma introdução convidativa para ler a minha prosa, ou crônica poética (chame do que quiser) que vai vir a seguir.
Tentei acordar uma vez ao seu lado, mas não foi falha minha, tentei chegar a um objetivo, mas acabei por conservar os nós. Sorri por um momento, parei de sorrir. Sorri por outro momento, não consegui. Não tem nada a ver com tristeza e sim com lembranças. Disseram-me que águas passadas não movem moinhos, me disseram que era vento, não me disseram nada das lembranças, se elas movem moinhos ou não. Agora sei. Elas movem. Um mestre me disse uma vez, num consolo de carnaval, que aquele beijo, aquele corpo não seria mais encontrado, foi só um acerto repentino entre nós dois. O mesmo mestre também disse que o tempo que durar, se durou, foi infinito. Mestre, aquele beijo de carnaval repentino, durando o tempo que durou, se encontrando o tempo que encontrou, foi infinito.
A conclusão disso afinal é que uma vez ocorrido na vida, vira lembrança e virando lembrança torna-se infinito, pois durou um tempo e o tempo que durou vai se arrastar no tempo que está durando.
Águas passadas não movem moinho. Ventos passados não movem moinhos. Lembranças passadas são infinitas.
Cara, sei que pode achar estranho eu estar aqui falando coisas que nem eu sei se fazem sentido, mas vou falar, não sei se você acha a mesma coisa. É que eu estava pensando na vida, como tudo muda, como tudo é estranho. Não esperava estar aqui, não sabia que nada do que está acontecendo iria acontecer... Pensava que nunca ficaria com ela, pensava que nunca o meu nunca aconteceria, não sabia, não adivinharia, talvez não quisesse saber, ou talvez lá no fundo sabia... Mudei muito, meu jeito, minhas relações, mudei, ruim? bom? normal seria a palavra certa, aconteceu, é talvez seja até bom... algumas coisas realmente são.
Vejo você no passado, não acerto o futuro, mas queria acertar. Não, talvez a surpresa seja boa, como é bom saber que mudou... não acha?
Cai na piscina... Alguém me jogou, me sentia feliz!
Sorri, em seguida, com uma máscara de mergulho você passou.
Olhava tudo de baixo d'água, você passando, olhando para mim,
seu sorriso abriu. Continuou a nadar e eu olhava para o céu.
As nuvens iam tapando o sol forte. Faltou-me o ar.
Subi para a superfície, senti a chuva forte se impor sobre o calor do verão.
O inverno havia chegado. Tudo deixou de existir.
Estava sem fôlego. Olhei para todos os lados.
Não havia ninguém, nadei para a borda.
Quanto mais eu nadava mais longe ficava.
Não conseguia sair dali. Cansei-me de nadar.
Cansei de sair da piscina. Fiquei ali. Parado.
Morri afogado, solitário, no meio do mar.
Tentando chegar em outro continente.
Tentando voltar a ver aquele sorriso.
Você chora enquanto vê o passado voltando,
eu continuo feliz.
Você se entristece vendo seus amigos lhe falando,
porém estou feliz.
Você ela gostando de outro alguém,
não estou triste,
mas estou feliz.
A música me orientou,
me trouxe de volta
e depois me levou.
Enquanto ficava por lá
tentei ajuda-los
fiz de tudo.
Não sei se te oriento,
mas uma coisa vejo,
meu avô sentado do meu lado,
olhando para mim,
dando um sorriso
e me falando assim:
Se te preocupas os amigos,
dizei a eles
que podem confiar
na confiança deles.
E para mim, que recado vou levar?
Continue dançando,
que você vai me encontrar.
Diga o que você tem para dizer, mas não mostre o que você acha que eu quero mostrar, não quero mostrar isso, não sou isso.
Digo essas primeiras palavras para sintetizar o que chamo de direito de resposta. Não escrevi antes porque pensei ser inútil, aliás, é. Agora escrevo porque li, e quando li fiquei com raiva, mas a raiva passou, fiquei calmo e calmo resolvi falar, ou escrever.
Não sou eu! Entendeu? Esperou que sim.
Aliás se fosse, qual o problema? Tem uma grande diferença fazer porque quer e fazer porque não está a vontade naquele estado e de fato não estava. Tirei um peso quase que grandioso que vivia no meu ombro, me empurrando pra baixo, me sinto leve.
Mas não leve isso em consideração, não. Não precisa, não quero, não estou vivendo em função de ninguém, aliás, faço como posso para que as pessoas que vivem comigo viverem em função de mim. Acho que foi por isso que comecei com isso. Não me arrependo.
Mudando de assunto, a outra resposta:
Infelizmente hoje me sinto um monstro, que não devia ter feito isso, mas eu não estou falando do assunto anterior, estou falando de agora. Me agarrei a raiva e cometi um delito, agora estou preso, e não reclamo de estar assim, não quero mesmo que me vejam depois do que eu fiz.
Não importa meu amor Tanto faz minha querida Nunca é suficiente Nunca é o bastante Você me traiu Me trocou por aquele outro Nem me deu adeus Nem me olhou nos olhos Partiu e nunca mais olhou para trás Simples assim, mas tão triste para mim
[Entrada na cena]
Muito obrigado pelos aplausos, muito obrigado. [Tom Tímido]
É muito importante para mim estar aqui hoje, porque afinal vocês são meu primeiro público de verdade. Devo somente avisá-los que não sou bom ator, fui eu que escrevi essa peça e, sejamos sinceros, não sou bom autor também.
Não estou aqui para encenar uma apresentação longa, nem tão curta. O palco está vazio para representar a história que vou lhe contar em resumos, a história da minha vida. Deixe-me começar rapidamente pelo curso de teatro que eu fiz, um amigo meu me disse que esse tipo de peça tem um nome esquisito, mas que faz sentido, se não me engano é um Monólogo, o problema é que quando eu ouvi falar desse tipo de peça [Abaixa a cabeça e começa o tom depressivo] eu fiquei com receio, porque nunca fui bom em ser o centro das atenções, em ser o único para quem todos olham, nunca fui e ainda não sou.
Eu sempre quis ser ator e autor também, escrever minhas próprias peças, encená-las, sempre foi um sonho, mas sempre foi também um pesadelo. Quando criança imaginava o mundo todo olhando para mim em uma tela de cinema, mas infelizmente não tinha o dom de ser olhado. A primeira garota de quem gostei parecia também gostar de mim, eu era criança e quando me esqueci dela... Bom, eu achava que qualquer garota de quem eu gostasse poderia também gostar de mim, o engano foi o bastante para aprender que o final nem sempre é feliz, ou melhor, quase nunca. Também não sou bom em amar.
[Senta-se em uma cadeira]
A escola me trouxe momentos felizes e momentos tristes, mas sempre que eu me lembro dos momentos felizes de antigamente eu fico triste, só me sobra então momentos tristes. A escola era a razão de sair daquele lugar muito rápido, desculpe, não a escola, as pessoas de lá. Meus amigos estavam longe, meus colegas... Quem precisa de inimigos?
Graças a Deus isso mudou nos anos que antecederam o vestibular, fiz amigos, fiz sim![Sorri por um momento, mas imediatamente fica triste] Devo aproveitar para dizer também que não sou bom amigo, aliás, não os tenho mais, e os que eram distantes se distanciaram mais ainda. Quanto tempo leva o sonho? Três, cinco ou dez segundos? Para mim levam horas... Meses... Anos...
Não passei no vestibular, [Riso Irônico] você deve saber por que, entrei para um curso de teatro, não consegui manter, tive então aulas particulares e me deram essa oportunidade de mostrar meu talento.
Infelizmente [Abaixa novamente a cabeça] não estou mostrando-lhes nada.
Não tenho o que mostrar.
[Apagam-se as luzes]
Acabou, finalmente.
A consequência é o alívio
Mas não o bastante,
A guerra não acabou,
acabou apenas uma batalha
que, apesar de derrotado,
estou satisfeito de ter acabado.
Sabe o que é pior?
Não estou falando de amor,
Muito menos de amizade.
Se você é um professor,
Sabe a minha realidade.
Um amigo meu sempre me diz que não se preocupa com o que não é seu. Ele diz que sua vida, apenas ela, já é um tanto quanto intensa para ele entrar nas outras.
- Como você lida com isso? É tão chato!
Ele olhou para mim, levantou as duas sobrancelhas, deu um sorriso meia boca e recostou-se na cadeira.
- Amigo, não sabia que fosse se preocupar com o que não é seu. Para não ter problemas e não se meter neles apenas fique quieto. Sua vida é difícil, eu sei, pois bem, junte-se a mim.
Pegou em cima da mesa um jornal, abriu-o na parte de esportes e relaxou ainda mais. Imaginei até que se tivesse com um cachimbo ficaria mais interessante. Sua proposta era irrecusável.
- A minha preocupação é, na verdade, se vamos ganhar amanhã.
Abaixei a cabeça, refleti um pouco. Pensei no amanhã, nos meus afazeres, nos trabalhos, nas vitórias, nos sonhos.
- Sim, nós vamos.
Se esse é o único meio
posso lhe falar
não sou dono da verdade
não acho nada,
não sou nada.
Não quero que se armem,
não quero começar a guerrilha,
mas ela já começou,
e não foi culpa minha.
Eu debati,
mas não foi um debate.
Não houve resposta.
Não estou em combate.
E principalmente:
Não quero que me mate.
Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.
Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor;
O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor !
Que auroras, que sol, que vida
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar
O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !
Oh dias de minha infância,
Oh meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delicias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha, irmã !
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava beira do mar!
Rezava as Ave Marias,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !
Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da, minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
O que na verdade nos inspira a ter alguma atitude é sempre um beneficio próprio, mesmo que faça algo por alguém você está fazendo por você, para ganhar um "obrigado" ou um "você é bom mesmo" ou até um parabéns.
Ao invés disso o que me ocorre é uma situação bem diferente, hoje em dia um palavrão que manda eu me auto cruzar já é um elogio melhor do que retardado ou um lesado. Sim, gostaria muito de receber elogios, e para essas pessoas que o fazem: o meu respeito eterno e meu muito obrigado absoluto, procuro ficar perto e me relacionar com o próximo que me respeita, o resto... leva essa denominação.
O mundo, as pessoas, o resto e eu, como disse antes, são levados a agir de modo a ganhar o seu beneficio próprio, para ter poder, para destacar sua personalidade se inspirando na outra pessoa, para sair do nada e alcançar o tudo.
Eu disse, não sou dono da verdade, mas tenho certeza de que um dia veremos a nossa própria face refletida em outro e pensaremos: Foi assim que eu sou.
"Não quero atacar ninguém, não sou inimigo de ninguém, apenas desejo ficar em paz comigo mesmo e para isso não posso ser rebaixado a nada"
Aqui é o fim, o começo do nada, o princípio do obscuro, a morte do ser, do superior, do inferior. Aqui você está sozinho, assim, sem defesa, aqui as pessoas te enojam, todos são você, todos estão contra você, sem você, sozinhos, como você.
A realidade te apavora, te acalma, te exalta, te explora. A realidade é sua. Aqui não tem alma, aqui não é um lugar, aqui é um corpo. Aqui é o seu corpo.
Acordei, estavam todos no pé da cama. Ouvi um deles dizer que estava na hora. Eram todos, brancos, negros, pobres e ricos, todos se juntaram e foram atrás de mim.
- Você vai ser nosso Herói.
O que eu podia dizer? Fechei os olhos, tentei acordar novamente e eles sumiram. Queria ver eles de novo, mas não consigo.
Vou andando pelo quarto, pego minhas coisas, saio de casa, ando na rua, olhando todos, reparo que ninguém me olha. Não quero ser olhado, quero ser apreciado.
Saio do palco, a platéia aplaude.
Escolha, quando fazemos
para correr
para alcançar
para avançar
para cair
Escolha, não há certa
Muito menos errada
Cada um forma a escolha,
Cada escolha forma cada um
Minha escolha foi essa,
também foi a escolha dela
Minha escolha não te interresa
Sendo ou não bela
Minha escolha é ser assim,
Não me importa se pra você é ruim
Nossa escolha é sermos melhores,
E seremos até o fim.
Sou melhor, sou pior,
não depende de suas escolhas
suas palavras,
sou quem digo que sou,
outras pessoas não me conhecem.
Não podem falar de mim.
Vou vivendo e conhecendo,
abrindo o caminho,
correndo longe, alcançando
avançando.