O ar passa pelo meu pulmão, sinto o pulso.
O que aconteceu com o mundo? É normal. Mudou, mudou para melhor, o melhor normal. Não mudou. Nunca mudou, sou o mesmo. Eu mudei, lembro-me das cores, dos cheiros, lembro do arrepio. O arrepio é de frio. Calafrio que faz lembrar de momentos que não voltaram. Siga em frente, não erre, não posso errar. Entro na cabeça de outra pessoa. Sou outra pessoa. Não vejo sentido nisso, mas são dois. Duas mãos, se encostam, vejo o que me fazia sorrir, vejo o que me faz sofrer. Detesto esse sentimento vazio de que tudo foi embora tão facilmente, com a mesma facilidade e leveza de um beijo registrado no teor disso tudo. Mudei para me refazer, para me piorar, e a loucura toma conta de mim. Não é mais raiva por amor que foi desperdiçado, não é mais raiva por amor que nunca fui amado. É raiva, simples e pura, como quem não quer perder, como quem não joga para não perder e não procura ganhar. Não quero ganhar, quero viver. Simplicidade pra mim não se mistura com o jogo, mas se mistura. Para ser livre, você tem que ganhar, tem que ser melhor, melhor do que eu nunca fui. E eu nunca fui amado. Burrice. Minhas palavras não perdoam. Não se lembram. Mas, ninguém nunca se lembra, ninguém liga para o passado. Ninguém liga para história. E a nossa história? Não interessa. O passado me mostra coisas que eu não queria ver, eu ainda não quero ver. Perco o presente. Perco no passado. Não sou mais o eu que costumava ser. O ser que costumava no eu. Ele ainda sofre. Ainda quero entender, por quê? Se acreditaram em mim. Faltava-me o ar. Era por você. Jamais será. Não sinto confiança. Cansei de ser especial para outros, serei especial para mim. Esse que acreditaram, esse que ouviram. Eu não desejo. Simples desejo do corpo. Não pude me encontrar em você. Engano. Eu calo, não percebo, escrevo, mas não leio. Eu puxo e ele volta. Eu destruo e ela está morta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário