quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Analise

O texto que escreverei agora não chama atenção de quem não me conhece, e pelo contrário do que você poderá pensar, também não chama atenção dos meus conhecidos. Se você se interessa por uma analise da vida, você, talvez goste do que me ponho a escrever. E, antes de começar, quero explicar-lhe que esse texto não é só um ponto de vista rebelde ou transformador de um adolescente problemático e depressivo, não, é um texto analítico, que visa observar os pontos que me chamam atenção e que, na verdade, nenhuma outra pessoa se submete a enxergar.


Quando comecei a me interessar pelas coisas na vida, ainda era muito pequeno, por isso, quanto mais distantes eram as brincadeiras, mas perto era o sentimento, e a vontade de passá-los de alguma forma para o mundo, mas eu sempre fui isolado desse meu público e por esse motivo nunca conseguia apresentar o gênio que hoje não está mais dentro de mim. A primeira vez que fui repreendido pelo destino foi quando tentei mostrar o meu dom para aquilo que eu não era feito. Numa peça de teatro na escola, como quem não queria saber do futuro, eu simplesmente, na pressão exercida no momento, errei minha fala. Não que isso seja um crime, simplesmente errei, normal para um criança de seis anos que estava ali porque uma freira havia obrigado. Eu estava errado e ainda, por mais que seja estúpido persistir nisso, as pessoas riram de mim. A cena das pessoas rindo de mim às vezes entra em minha cabeça, fazer uma visita, contemplar os sentimentos que fazia. Não que eu me sinta mal, aliás, pouco me importa aquele momento, o que me importa é que hoje vejo que aquilo, o que para mim não era nada, passou a ser algo tão importante no futuro. O que as pessoas acham? Antes eu me fazia essa pergunta, agora simplesmente vejo que essa pergunta não cabe no meu padrão. Na verdade nunca quis chamar atenção de ninguém, só me deixe quieto em um canto. Isso me lembra que quero ser igual a uma pessoa, uma pessoa que você provavelmente nem imagina quem seja, e se tentar adivinhar, vai errar. Um amigo meu, quero ser igual a ele, o jeito dele de quieto no seu canto, se permitindo a ter uma idéia própria do que é certo e do que é errado e quando quer, cativando as massas com suas cômicas frases de efeito, para deixar uma sala de aula bem mais animada. Aquela sala não seria nada sem ele. Não quero ser ele, quero ter seu jeito, não o jeito que as pessoas o aceitam, mas o jeito que eu o aceito e admiro. Não falo com ele muito, pouco nos tivemos conversas boas, o resto só promessas, só promessas. Só promessas é o que normalmente acontece na minha vida, só promessas. Promessas de viagens, de trabalhos, de planos, de vida. Promessas de algum dia alcançar algum lugar, alguém, algo. Minha mãe um dia me indagou em uma triste tarde de domingo o porquê de eu estar de uma maneira tão sedentária vagando de um lado para o outro sem saber para onde ir depois. Logo depois que eu me mantive calado ela me falou que quem encontra o amor não deveria estar daquele jeito. O meu amor, pensei na hora, é a única coisa que me prende a este mundo, o meu amor é quem me faz levantar todos os dias e acreditar que o amanhã pode chegar sem demora e com paz. Mas, voltei a pensar, o meu amor está mal, mal de coração e mal de alma e não consigo fazer meu amor feliz. Não como ela me faz. De toda minha tristeza, de todo o meu mau humor, ela é unicamente a que consegue me tirar do que eu chamo de desprazer, infelicidade, amarguras. Só queria retribuir. De tudo o que eu vivi até hoje, de toda essa vida de altos e baixos, só queria me lembrar que agora não é hora de desistir, agora não estamos mais vencidos, vamos vencer. Quando me lembro do que passei, do que me tornou do jeito que sou em vários aspectos, me lembro que com isso aprendi muito, mas ainda, amigo, tenho muito para aprender. Com um desenhista, com uma poetiza, com uma médica, com uma dona de casa, com um dentista, com um advogado, com quem eu admiro, com um amigo, com uma amiga, com meu amor.

Pode parecer muito dramático o que escrevi, mas na verdade é, e como já disse em poemas e textos anteriores, dramático é o que me chamam, realista é o que sou.


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